Livro: "Os Profetas: A atuação do metodismo brasileiro nas questões sociais e políticas (1867-1960)"

“Os profetas” é um livro histórico sobre o metodismo brasileiro diante das questões sociais e políticas de 1867 à 1960. A Igreja, muitas vezes, prefere ficar calada. Em 1960, os bispos metodistas fizeram um manifesto conservador à Nação afirmando que a Igreja Metodista do Brasil encara os problemas da Nação através de um “apoio silencioso”. Por isso, ao longo dos anos, surgiram diversos líderes que corajosa e profeticamente questionavam situações opressoras existentes e apontavam o rumo para seguir. Quando a Igreja se cala, surgem os profetas. A palavra grega para profeta – “profetes” significa aquele que ‘expõe, fala sobre certo assunto” . Está também relacionado ao futuro. Os profetas bíblicos enfrentaram diversas situações difíceis porque diziam a verdade, muitas vezes, para reis, sacerdotes e para o povo de Deus. Eram destemidos e falavam em nome de Deus trazendo uma mensagem de alerta, juízo, arrependimento ou de esperança. Apontavam o caminho a seguir. Em nossos dias, quando alguém fala com coragem, profundidade e verdade é costume dizer que tal pessoa é um profeta ou profetiza. Foi assim que muitos agiram nesse período abordado no livro. Nem sempre a Igreja age profeticamente. Alguns líderes tomam a iniciativa e agem num momento difícil da nação ou da Igreja apontando o rumo a seguir. A Igreja é chamada para ser sal da terra e luz do mundo. Sua influência deve ser transformadora e salvadora. Ela deve estar comprometida com Cristo e Seu Reino. Sua postura deve ser libertadora. Nem sempre, porém, isso acontece. Às vezes, a Igreja sofre influências e perde a sua identidade. O pior é quando ela se submete às forças opressoras por falta de discernimento, por covardia ou conveniência. A história está cheia de registros negativos sobre a Igreja. Foi preciso surgirem os profetas para apontar o rumo certo. Foi assim também com o Povo de Deus no Antigo Testamento. O Senhor enviou seus profetas para direcionar o Povo de Deus para viver em seus caminhos. Nos nossos dias ainda acontece essa interferência divina. Seu Espírito sopra sobre a Igreja procurando convencer, conscientizar, trazer quebrantamento e mudança. Às vezes, essa mudança é lenta, pois está se colocando remendo novo em pano velho ou por haver resistências. Em outras ocasiões, as mudanças vieram através de Movimentos que surgiram em outros arraiais. Por isso, chegaram cheio de costumes, doutrinas e práticas que proporcionaram rejeição. A Igreja não ficou imune às influências dos Movimentos Revolucionários e Espirituais que ocorreram ao longo dos anos, dentre eles, Movimento Abolicionista nos EUA, Movimento de Santidade, Movimento Pentecostal, Movimento de Renovação Espiritual, Movimento Wesleyano, Movimento Carismático, Movimentos Revolucionários e Conservadores, na década de sessenta, etc. Para compreendermos a Vida e a Missão da Igreja, precisamos conhecer melhor, especialmente, as questões sociais e os Movimentos Espirituais existentes ao longo dos anos. Neste livro, abordamos a participação da Igreja Metodista e de líderes em momentos de tensão, crise social e política no Brasil, especialmente, a partir de 1867 até o final da década de cinquenta. Foram ações proféticas de líderes destemidos e conscientes de sua vocação e da missão da Igreja no mundo. De 1867 a 1960 foi um período em que diversos líderes da Igreja tomaram uma posição mais eficiente e corajosamente em favor da democracia, direitos humanos e justiça social. O Evangelho de Cristo foi bem mais encarnado pela Igreja. As fotos da capa do livro é uma homenagem a alguns desses profetas: H.C.Tucker, bispo Almir dos Santos, bispo J.T. Tarboux, Guaracy Silveira, bispo Sante Uberto Barbieri, Derly Chaves e W.B.Lee. Diversos outros agiram também profeticamente.