Livro: "Os vândalos: a história e o legado dos bárbaros mais famosos da antiguidade"

Hoje, a maioria das pessoas está familiarizada com o termo “vandalismo”, mas ignora a etimologia da palavra. Sim, vandalismo se refere à destruição desenfreada de propriedade no mundo moderno, mas a origem da palavra é muito mais complexa, pois era originalmente o nome de uma importante tribo germânica que floresceu na Europa e no Norte da África nos séculos V e VI DC. Enquanto os vândalos se alastravam por toda a Europa Ocidental e mais tarde no Norte da África, eles deixaram um rastro de destruição em seu rastro, que é como o termo “vandalismo” foi associado à destruição. Os vândalos eram um bando verdadeiramente feroz de pessoas que usavam a arte de guerra para atingir seus objetivos de maneiras que parecem cruéis e bárbaras para as sensibilidades modernas, mas foi apenas um dos muitos grupos de pessoas na época que empregou essas táticas para tomar o poder e as terras em toda a Europa e na região do Mediterrâneo. Um exame dos vândalos por meio de uma combinação de fontes da Igreja Católica em língua latina e cronistas bizantinos, combinado com estudos de historiadores modernos, revela que os vândalos eram muito mais do que bárbaros sedentos de sangue cujo objetivo principal era a destruição de Roma.
É verdade que os vândalos saquearam Roma em 455 DC, mas mesmo esse ato foi uma realização histórica única, pois eles foram apenas o terceiro povo a infligir tal destruição em uma das maiores cidades do mundo. Apesar de viverem nas terras marginais sem lei do Império Romano, os vândalos conseguiram estabelecer dois reinos diferentes e introduzir um código bastante complicado de sucessão real, que deu estabilidade ao seu povo por algum tempo. Os vândalos também provaram ser um povo extremamente hábil no uso da violência e da guerra, visto que raramente se envolviam na violência para seu próprio bem. Eles também frequentemente empregavam táticas inteligentes no campo de batalha para derrotar os exércitos maiores e mais sofisticados dos romanos e, mais tarde, dos bizantinos. O exame também revelará que os vândalos eram tão adeptos das artes da diplomacia e da política como eram da guerra. Se pudessem obter uma vantagem por meio da negociação, então escolheriam essa rota em vez de uma guerra que ameaçava dizimar suas forças. Apesar de terem a imagem do guerreiro bárbaro cruel, os vândalos não ficaram sem Deus em suas vidas. Embora os vândalos fossem cristãos, eles seguiram uma seita diferente do cristianismo, que freqüentemente os colocava em desacordo com Roma e Constantinopla, mas durante a maior parte de sua história eles permaneceram firmes em suas crenças teológicas. A reputação de sanguinário que acompanhou os vândalos ao longo dos séculos foi em grande parte o resultado de suas crenças teológicas que divergiam das ortodoxias praticadas durante o período pelos líderes da igreja em Roma e Constantinopla. Embora a cultura vândalo fosse verdadeiramente tão importante quanto qualquer outra na Europa e na região do Mediterrâneo na época, como era o caso de muitas das tribos germânicas que viviam nas periferias de Roma, os vândalos estavam destinados a se tornarem vítimas do no final do nascente Império Bizantino.