Livro: "Por que votamos no Jair Bolsonaro: 100 motivos – uma viagem pelas cabeças bolsonaristas"

Bolsonaro foi eleito com mais de 57 milhões de votos.
Durante a campanha presidencial conversei com vários eleitores do Bolsonaro. Ateus, cristãos, militares, empresários, agricultores, servidores públicos, autônomos e trabalhadores. A maioria de classe baixa ou média. Alguns poucos de classe alta.
Também mantive contatos em redes sociais e pesquisei os principais argumentos expostos no youtube, instagram, twitter e facebook. O whatsapp foi invadido por mensagens, de todos os tipos.
Por óbvio, não há uma unidade de pensamento e ideias entre os eleitores. As opiniões e motivos refletem o pensamento dos entrevistados, bem como postagens em redes sociais. Como em toda política moderna, há verdade, meia-verdade e fake news.
Escrevi, inclusive, sobre motivos com clara e manifesta contradição.
Há quem defenda o voto em Bolsonaro pela alternância de poder – argumento democrático; há quem defenda pelo interesse na intervenção militar – argumento antidemocrático; há quem defenda porque o candidato prometeu manter o bolsa – família; há quem defenda porque o candidato já se manifestou contrário ao bolsa-família; há quem defenda por dizer ser Bolsonaro a favor da vida; há quem defenda pelo desejo de ver bandidos mortos; há quem defenda porque Jair é mencionado na Bíblia como abençoado e “Adad” como um homem do mal.
O propósito é compreender as principais justificativas do voto em Bolsonaro coletadas durante o último ano; até porque não é muito razoável dizer que 57 milhões de brasileiros são fascistas. Alguns até podem ser, mas a imensa maioria votou em Bolsonaro por outros fundamentos.
E como na democracia temos a regra “um homem, um voto”, todo motivo é relevante. Para a urna eletrônica, o eleitor mais simplório tem o mesmo valor daquele que se julga sábio e conhecedor da política brasileira.
É a beleza da democracia para alguns; o perigo para outros.
Compreender algumas das razões é fazer entender o eleitor invisível e esquecido. Aquele que só pensa em eleição quando recebe uma mensagem no whatsapp nas vésperas do pleito. Nunca se esqueça de que esse cara foi quem decidiu as eleições de 2018. Ele não deve ser desprezado.
Houve um crescimento da intolerância política – na direita e na esquerda. Amigos desfizeram laços. Pais não conversam com filhos. Maridos brigaram com esposas. Neste sentido, foi uma eleição única. Nunca um pleito dividiu os laços sociais como as eleições de 2018.
Os motivos expostos refletem a opinião dos eleitores entrevistados e não da autora do livro.
Boa leitura