Livro: "Ritual de Casamento Maçônico: Consagração Matrimonial (Maçonaria: Livros Históricos Livro 11)"

Cabe aqui, no início, esclarecer que este ritual não é secreto e que a sua publicação não fere o princípio maçônico do “juramento de silêncio” ao qual todos nós somos submissos desde o dia da nossa iniciação nos Augustos Mistérios; também é oportuno esclarecer que a Grande Loja Regular e Simbólica da Maçonaria Egípcia no Brasil – GLOMEB – segue em seus trabalhos o Rito Escocês Antigo e Aceito de 1804 conforme era praticado na França naquele ano (do reconhecimento do REAA pela França) bem como pratica o APROMM (Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis-Mizraim) e que ambos não prescrevem e não preveem na sua liturgia uma cerimônia específica de casamento religioso ou civil ou de confirmação dos votos ou da consagração da união ou outro termo, qualquer que seja, especificamente para agraciar ou abençoar os noivos; porém, no Brasil, tal cerimônia tornou-se um costume do povo maçônico, possivelmente imitando as cerimônias de apresentação da noiva aos irmãos do quadro de obreiros da loja, como ocorre nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França e na maioria dos demais países onde exista maçonaria e maçons espalhados pela face da terra. Nos dias atuais a legislação brasileira (ver anexo) permite que o Casamento Religioso seja reconhecido em conjunto com o casamento civil, portanto, seguindo a Lei Federal e as Leis Estaduais, o Venerável Mestre, na condição de celebrante e Ministro Eclesiástico poderá requer junto ao Juízo da Corregedoria dos Cartórios a habilitação para o reconhecimento do “casamento religioso com efeito civil”; o que acontece é que na sua grande maioria as Lojas Maçônicas não se enquadram – por não admitirem- na parte religiosa e acabam apenas confirmando o ato do casamento adrede realizado na cartório civil; porém, é do nosso entendimento que o Venerável Mestre, assim como o comandante de um voo ou de um navio, poderá, em determinados casos, realizar tais cerimônias e que as mesmas ganham valor legar para fins de registro civil; no caso específico do casamento na maçonaria o Venerável Mestre pode atuar como Capelão Civil e Religioso, caso tenha o curso especifico de capelania ou delegar essa função para algum irmão do quadro da Loja que tenha sido habilitado mediante curso de formação de capelão; caso no quadro dos obreiros exista algum irmão que tenha a patente de capelão militar, aquele deverá suprir as vezes do Venerável Mestre sempre que a cerimônia não seja de “consagração ou confirmação” mas sim de casamento; outra alternativa é que a cerimônia seja celebrado por um padre ou pastor local que já tenha seu nome e ofício reconhecido pelo Juiz Corregedor da Comarca; outra alternativa, também válida, é que o casamento civil seja realizado pelo Juiz de Paz dentro da Loja Maçônica no mesmo tempo em que o Venerável Mestre (em conjunto ou logo em seguida) desenvolve o Ritual de Celebração. É importante que fique claro que tal cerimônia, apesar de ocorrer dentro da Loja Maçônica, não é um ato secreto, sigiloso ou discreto como são as cerimônias ordinárias e magnas que ocorrem às portas fechadas e somente na presença dos membros regulares. A cerimônia de consagração matrimonial é uma festividade social aberta a todos (parentes e amigos dos noivos, parentes e amigos ou convidados dos irmãos do quadro de obreiros etc). Destaque-se, para fins históricos, que tal celebração é um costume brasileiro, um pouco aceito em Portugal e nada aceito nos Estados Unidos e muito menos nas maçonaria europeia; nos países dos outros continentes o costume não é a celebração da consagração do casamento, seja ele civil ou religioso, mas sim uma cerimônia de gala para apresentação da noiva pelo noivo aos irmãos do quadro da Loja.