SINOPSE:
Maquete em terra-cota Guilherme de Santa Rita, que o despeito caraïba de um jornal, no peixe-e-carne de um dos seus +menus+ necrologicos, apostila jogralmente de «um dos mais entusiasticos cultores +d’essa coisa a que se chama para ahi o futurismo+»,—Guilherme de Santa Rita era por dentro e por fóra um Artista, um representante legitimo d’essa especie de +exilados+, sempre ferido pelo gume das cousas circundantes, sobrepairando numa atmosfera de abstráções e desdens, ao mesmo tempo fálhos e complexos, argila e chamma, que a Vida pulveriza, como as creanças malignas as azas das borboletas. Com a sua figura grácilmente exangue de fim de raça, com a sua voz que ora parecia +ter remorsos de falar+—voz de himoptise, a extinguir-se; ora fazia parar na rua, no mosaico dum café, no simulacro de gruta dum +hall+ de exposições, onde certos visitantes vão e veem como peixes mortos boiando á flôr d’agua duma piscina,—fazia deter, com timbres angulosos de cristaes a partir-se, anatomias ruminantes de bons-senhores +effarés+; com o seu perfil de caule em que as andainas-sacos de +kappelmeister maniaco, +acintosamente+ mal aprumadas, evocavam cerimoniaes mysticos de catafalco; com os seus cabelos dum castanho tranzido de escuro, dir-se-iam molhados sobre a fronte dum palôr de camelia branca, como aves da noite que congelassem contra uma estatua de ephebo num jardim; com os seus gestos hiperinquietos, estridentes, chariváricos, +ilustrando+ os dialogos com a vertigem dum Claude Monet fixando na téla o bailado loïe-fulleresco dos tons;—Santa Rita era a demonstração viva, a contraprova faiscante deste aforismo de Baudelaire: «on peat vivre trois jours sans pain, mais on ne peut passer um jour sans poésie.+» Quem uma vez tocasse o tubernaculo da sua intimidade, aceitasse o convite que elle cavalheirescamente fazia para um +passeio d’Arte+ por entre as acacias da Avenida, nalgum entardecer de láca de Florença ou, ás noites, quando os ventos ulúlam os seus leit-motivos de pavor, forçosamente havia de reconhecer que calcurreava a par d’+alguem+ muito diferente do +homo vulgaris+, «saco de comida» que Vinci lançou ás feras dos seus sarcasmos teogónicos e n’este paiz dos ceus de porcelana, patria bem amada da mesmice, os +aristos das letras+ reeditam; d’+alguem+ que nos dominios da Emoção e do Pensamento os fados sagraram gran-senhor e que era como uma antêna plurivibratil, halucinatoria, aonde prendiam todos os fios de todas as exquisitezes da sensibilidade moderna
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