Livro: "Se Juntar Tudo Dá Um Livro: Crônicas"

Em 2015, Dilma começa sua jornada para o impeachment. Tentando navegar entre ministros antagônicos, mantendo um péssimo relacionamento com o Congresso, vendo a popularidade de seu partido despencar com a Lava-Jato e a sua própria aprovação derreter com a recessão econômica, ela dá início a esse livro involuntariamente. E, como uma Pandora da política nacional, a Caixa de Dilma permanece aberta, lançando aos céus vampiros, capitães, juízes e outras atrocidades que ainda aguardam sua vez de sair.SE JUNTAR TUDO DÁ UM LIVRO é uma releitura de diversos textos escritos entre 2015, quando tínhamos um governo de esquerda disfuncional e seu impeachment ainda parecia um sonho distante, e 2021, quando temos um governo de direita disfuncional e seu impeachment parece um sonho distante.São textos polêmicos, parciais e enviesados, como somos todos nós. Mas, ao contrário do Programa de Governo dos nossos candidatos à presidência, eles existem, e estão disponíveis para serem lidos e criticados.
“Nossa política e nossa ideologia regrediram a um comportamento viral, que só busca reproduzir posts e memes em velocidade rápida o suficiente (e com algumas mutações aleatórias) para prevalecer. E quando apareceu algo que era efetivamente um VÍRUS, acabou sendo tratado como mais um adversário político. ‘Ora, se eu ganhei do Haddad fazendo posts no Facebook e distribuindo correntes no Whatsapp, por que não posso ganhar do VÍRUS assim também?’É uma pergunta difícil de responder.”
“Não dá mais. Precisamos valorizar a competência, e não o discurso; o resultado, e não a ideologia. Precisamos enterrar Getúlio, e fazer algo diferente do que estamos fazendo desde 1930, porque claramente não está funcionando. Chega de perseguir, de culpar quem não lhe apoia, de querer sair da vida (sem essa coisa radical de se matar, é claro) para entrar na história. Nosso problema não é a falta de heróis. É a falta de organização mesmo.”