SINOPSE:
Dia de chuva forte. Gramado do pequeno estádio do Olaria, na Rua Bariri. Um homem de aproximadamente 1,90m está ajoelhado na lama de terno e chapéu. Os braços erguidos para o céu acompanham a súplica que todos ouvem: “Minha Nossa Senhora, ajudai o meu Botafogo”. Esse era Carlos Martins da Rocha, Carlito Rocha para os íntimos e para todos aqueles que acompanharam o futebol em boa parte do século XX. Um homem singular. Um defensor ferrenho do esporte brasileiro e, é claro, do seu Botafogo. Carlos Martins da Rocha fez de tudo um pouco no Botafogo. Foi presidente, diretor, supervisor, preparador físico e até “salvador da pátria”. Não foram poucas as vezes em que foi convocado para tentar erguer o moral do time, trazer ânimo, emprestar sua mística. Na Seleção era a mesma coisa. Quando passamos vergonha ao sermos duramente derrotados pela Argentina, na primeira partida da Copa Roca, em pelo estádio de São Januário, Carlito foi convocado às pressas para reorganizar tudo e conseguir a taça, mesmo sendo o gol decisivo marcado numa penalidade máxima com o gol vazio. Essa mística do São Carlito surgiu no ano de 1948, quando como presidente, conseguiu levantar um campeonato que o clube não conquistava desde 1935. Agora em 2018, na comemoração dos 70 anos desta conquista, a Gryphus Editora lança a biografia de Carlito escrita por Rafael Casé onde mostra que as manias e superstições de Carlito Rocha rapidamente ganharam a simpatia dos torcedores. Usava o mesmo terno em todos os jogos, amarrava as cortinas da sede para “amarrar” as pernas dos adversários, rezava fervorosamente para todos os santos durante as partidas. Foi em 1948 que Carlito Rocha também adotou o cachorro Biriba como mascote. Até hoje os botafoguenses se identificam com ele, tanto que a torcida se autoproclama como a “cachorrada”. Carlito Rocha tem importância fundamental na história do Botafogo F.R. Sempre esteve à frente das grandes lutas como a da fusão dos dois Botafogos (o de regatas e o de futebol) e da oposição ferrenha à venda da sede e do estádio na década de 1970. Mesmo beirando os 80 anos de idade, Carlito foi uma pedra no sapato do presidente Charles Borer. Era a voz que mais alto se ouvia, então. Graças à sua persistência, conseguiu o tombamento do casarão colonial da sede. Graças a ele, nos anos 1990 o clube pode voltara para casa, tendo como endereço, novamente, General Severiano.Depois de mais de 5 anos de pesquisas, Rafael Casé lança agora no dia 21 de agosto, na General Severiano, a biografia do velho dirigente: “Carlito Rocha é uma figura riquíssima e com uma trajetória espetacular. Não é possível que permitamos que seja apenas lembrado como um mero e caricato supersticioso. O livro é uma coletânea de crônicas que abordam cada aspecto dessa rica história, acompanhadas de mais de 150 fotos. Carlito vive no coração dos botafoguenses e merece ser homenageado, hoje e sempre”.club
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