O propósito do livro “Temas filosóficos” é analisar assuntos de filosofia clássica que ainda hoje suscitam interpretações e discussões, como as questões de filosofia política na antiguidade de Platão e de Aristóteles, o ceticismo de Pirro e de Hume e o criticismo de Kant, a filosofia política na modernidade, a razão e a sensibilidade na filosofia alemã do século XVIII, os traços da fenomenologia e do existencialismo e noções da teoria crítica. Todas estas temáticas são abordadas em caráter introdutório e apresentadas nesta ordem, de acordo com o desenvolvimento histórico da filosofia. Não há uma preocupação em estabelecer conexões epistemológicas entre os temas e cada texto pode ser lido separadamente, porque possui uma estrutura, com objetivo, início, meio e fim. Toda época histórica possui contextos, especificidades e paradigmas. A função da filosofia é identificar e compreender a realidade, que se apresenta de forma dinâmica e complexa. Por meio de métodos, tecnologias, teorias e sistemas, cientistas, filósofos e teólogos, sempre de acordo com o paradigma da visão de mundo de sua época, esboçaram explicações ontológicas, epistemológicas e metodológicas, que podiam ser aplicadas às diferentes áreas do saber, como os temas tratados nesta obra. O tema Filosofia política na antiguidade de Platão e de Aristóteles considera que o indivíduo existe, teleologicamente, em função da cidade, da pólis. A cidade é promotora do bem, da justiça, das virtudes e da felicidade. No texto Ceticismo de Pirro e de Hume e o criticismo de Kant, iniciamos com a análise da origem ceticismo com Pirro de Élida. O filósofo defende a tese que não é possível conhecer a realidade e a verdade e pauta-se pela suspensão do juízo. Na modernidade, alguns resquícios do ceticismo antigo são retomados nas reflexões críticas sobre a origem, fonte, possibilidade e natureza do conhecimento com Descartes, Hume e Kant. Em relação ao texto Questões de filosofia política na modernidade aborda os critérios para legitimá-lo. Para Maquiavel, estrutura-se não mais em torno dos pilares normativos, éticos e metafísicos, mas na virtù, isto é, nas virtudes da coragem, habilidade e persistência. Já para Hobbes, a saída é sacrificar a busca da liberdade individual, por meio de um pacto social, organizado de acordo com os ditames da razão, no qual os homens renunciam seus direitos. Já Rousseau, diferentemente de Hobbes, defende o contrato social como fonte do poder e da lei do povo, que é soberano. Já no texto Razão e sensibilidade na filosofia alemã do século XVIII analisa-se o papel da razão enaltecida por Kant na crítica à epistemologia e metafísica. Se a razão elevou o homem a conquistar a maioridade, a desprender-se da tradição, da autoridade, do antigo regime, sobretudo pelo iluminismo, a sensibilidade, defendida pelo movimento do romantismo, procurou revalorizar o retorno a cultura, a natureza, a arte, aos sentimentos, teses suprimidas pela razão iluminista. Na sequência, apresentamos o tema Traços da fenomenologia e do existencialismo. Assim, a fenomenologia é um método que consiste em suspender os conhecimentos já adquiridos, por meio da epoché, e apreender as coisas assim como se apresentam à consciência do investigador. Os existencialistas se apropriam desse método e abordam o homem como um ser lançado no mundo para construir seu projeto existencial, como um nada, um “um ser aí”, com um vazio de ser e ser-para-a-morte. Por último, em Noções da teoria crítica, descreve-se o tema como um movimento filosófico, sociológico, histórico e crítico do desenvolvimento da sociedade do início do século XX. Para dar conta desse contexto, o marxismo tornou-se a âncora, a inspiração e o fundamento, sobretudo do materialismo histórico e dialético, com o objetivo de alcançar uma transformação da ordem social por meio da revolução da consciência individual e coletiva, procurando superar o processo de alienação individual e coletiva.
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