Livro: "Tempo de Escrever: Crônicas do Viver e do Sentir"

SINOPSE:

Por muitos anos o jovem escrevia os seus textos, invariavelmente começava assim: “Hoje é dia 23 de março de 1995, lá fora os pássaros cantam, sinto dentro de mim uma angústia…” Ele ia escrevendo, as palavras, frases e sentenças iam aos poucos brotando de dentro dele, de forma natural, e ao final, lia tudo o que havia escrito, e então algo curioso acontecia, com medo de que alguém pudesse vir a ler o que ele havia colocado no papel, ele simplesmente rasgava o texto em muitos pedacinhos e o jogava fora. Este processo repetiu-se por muito tempo, muitos textos foram perdidos, o jovem não desejava mostrar para ninguém o que sentia dentro de si mesmo, é como se ele fosse uma ilha e não desejasse de forma alguma ligar-se ao continente. Como todo o tempo passa, este tempo também passou, e agora o jovem que ainda habita em mim não esconde mais o que escreve, e deseja com toda a sinceridade de sua alma compartilhar com todos o que vem de dentro do seu coração, pois agora é um outro tempo, agora é tempo de sentir, agora é tempo de viver, agora é tempo de escrever…
Era uma vez um homem que era muito solitário, fechado em si mesmo, triste e cheio de medo de viver. Num certo dia ele passou a sentir um incômodo no peito, havia algo de estranho ali, não era uma dor, era um leve movimento, ou ainda, um sentimento, e então ele descobriu que dentro dele, do seu próprio peito, ou melhor, dentro do seu coração habitava um passarinho, e ele ficou encantado com a descoberta. O pássaro era alegre, …
Sebastião está lá, sentado em sua cadeira, a idade chegou para ele. O Caminhoneiro solitário está cansado, o tempo deixou suas marcas, sua companheira já partiu, e ele vai vivendo os seus dias, como todos os demais ele também não controla os cordéis da vida. Seu olhar agora é distante, um olhar que a princípio não absorve mais nada ao redor, um olhar perdido. Mas nem sempre foi assim, Sebastião sempre foi um homem de olhar firme e determinado, jamais admitindo qualquer forma de desonestidade, e seguramente, nenhum desonesto conseguiria olhar para ele e sustentar este olhar. Seus olhos diziam muito, olhando para eles e sem uma única …
Era domingo, era outono, era de manhã e estava frio, contudo, o Agricultor saiu pelos campos, acompanhado dos seus inseparáveis vira latas… E enquanto plantava, pensava, e enquanto pensava plantava…“Solo muito compacto, cheio de argila e com grande capacidade de retenção de água… Cabe uma paineira aqui.”Solo duro, muito duro, com muita raiva, ressentimento, mágoa, amargura e solidão, difícil de cavar, muita aridez, resistente às ferramentas, com pouca ou nenhuma incidência de luz, solar ou espiritual, pouca alegria, muita amargura, pouca amizade, muita solidão, pouca leveza de viver, muito medo, solo ácido, muito ácido… Cabe um “pé de amor aqui”…
O agricultor urbano passava pela Avenida Presidente Vargas, próximo à Candelária, quando ouviu uma voz:– Ei você, pode me ouvir?– O Agricultor olha para o lado e percebe a pobre árvore dentro do vaso de metal, e diz para ela:– Sim posso te ouvir minha amiga, sou um agricultor, em que posso ajudá-la?-Bem… talvez não haja muito mais para se fazer, podemos então conversar…
Seja muito bem-vindo então ao meu mundo literário, quem planta uma árvore planta uma floresta, quem escreve uma frase escreve um livro. Você está então convidado a entrar no país de minhas emoções, e se ao final da leitura você sentir o reflexo da minha humanidade na sua, ou ainda se uma única lágrima derramar dos seus olhos, certamente a ponte entre os humanos que somos será estabelecida, e cada palavra escrita e vivida terá valido todo o esforço.
Sobre o Autor – Nascido em uma cidade do interior do estado do Rio de Janeiro, no alto de um morro. Na infância jogou bola, bolinha de gude, soltou pipa, vendeu picolés… Cresceu, estudou, formou-se e atualmente além do trabalho burocrático, planta muitas árvores, e quando sobra tempo escreve.

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