Livro: "Tot: A História e o Legado do Antigo Deus Egípcio Que Mantém o Universo"

A África pode ter dado origem os primeiros humanos, enquanto o Egito, provavelmente, deu origem às primeiras grandes civilizações, que continuam a fascinar sociedades modernas por todo o mundo, mesmo depois de quase cinco mil anos. Da Biblioteca e do Farol de Alexandria à Grande Pirâmide de Gizé, os antigos egípcios criaram diversas maravilhas do mundo, revolucionaram a arquitetura e a construção, criaram alguns dos primeiros sistemas de matemática e medicina do mundo e estabeleceram idiomas e arte que se espalharam por todo o mundo conhecido. Com líderes mundialmente famosos como Rei Tut e Cleópatra, não é de se admirar que hoje existem tantos egiptólogos.
Talvez o aspecto mais intrigante da antiga civilização egípcia seja sua concepção a partir do zero, uma vez que os antigos egípcios não tiveram acesso à nenhuma civilização prévia que pudessem utilizar como referência. Na verdade, o Antigo Egito tornou-se um modelo para as civilizações seguintes. Os gregos e os romanos ficaram tão impressionados com a cultura egípcia que, muitas vezes, atribuíam de maneira errônea muitas características da própria cultura aos egípcios. Com isto dito, alguns elementos da antiga cultura egípcia foram, de fato, transferidos para civilizações posteriores. A estatuária egípcia parece ter, inicialmente, influenciado a versão grega, e a língua egípcia antiga sobreviveu como língua copta por muito tempo após o período faraônico.
Para os antigos egípcios, como em qualquer sociedade composta por humanos curiosos, o mundo era um lugar confuso e muitas vezes assustador, repleto de destruição, morte e fenômenos inexplicáveis. A fim de encontrar o sentido de tal existência, eles recorreram às histórias teleológicas. Criar uma explicação para um fenômeno, deixava-o menos horripilante e ajudava a dar sentido ao mundo que os rodeava. Não surpreende, portanto, que antigos deuses egípcios tenham se infiltrado em todas as particularidades da existência.
Os babuínos possuíam uma posição de prestígio na religião egípcia. Eles eram considerados animais sagrados em vários templos, porque egípcios contemporâneos os consideravam os observadores religiosos originais, particularmente em relação ao deus sol, Rá. Os antigos egípcios viam os babuínos selvagens se alongando nas pernas traseiras e com as dianteiras elevadas ao céu como em uma oração ao deus sol ao alvorecer. E mais, estes antigos antepassados da terra do Egito eram saudados ao alvorecer pelas concatenações dos babuínos tagarelas que, de um ponto de vista religioso, eram compreendidas como uma devoção ao início da manhã e, até acreditava-se que os babuínos falavam a língua original da religião, e uma afirmação sobre serem capazes de compreenderem babuínos era feita por certos membros da classe sacerdotal.
Mas é a associação ao íbis que mais representa a imagem visual de Tot. Já que os antigos egípcios acreditavam que o universo surgiu das águas pantanosas de Nun, era o pássaro aquático que recebia as venerações mais prestigiadas. Pássaros como gansos, garças e íbises eram associados a este período da criação e, de acordo com algumas crenças, o mundo surgiu graças ao alto “grasnar” de um ganso primordial, cuja casca do ovo era dita estar preservada no templo de Tot. Acreditava-se que Rá criara a forma de babuíno de Tot para ser sua “lua brilhante,” e sua forma de íbis para ser um mensageiro entre o céu e a terra (apesar de ele ser ainda muito mais que isso).
Tot: A História e o Legado do Antigo Deus Egípcio que Mantém o Universo analisa a mitologia que envolve uma das mais famosas divindades da antiguidade. Junto com fotos que retratam pessoas, lugares e eventos importantes, você aprenderá sobre Tot como nunca antes.