Livro: "Vamos chamar os bois pelo nome"

Quando em 2013 fui convidado para integrar a equipa pluridisciplinar que se estava a preparar para lançar o Notícias Online estava longe de imaginar o enorme desafio que iriamos ter pela frente.Não se tratava apenas de criar mais um órgão de comunicação social, tratava-se de criar um espaço livre, isento, independente e, acima de tudo temerário. Um espaço onde a análise da actualidade pudesse ser feita sem condicionantes de ordem ideológica e sem a, infelizmente cada vez mais frequente, dependência dos poderes económicos.Sabíamos à partida que o desafio era difícil, significava que o projecto tinha de ser auto-sustentável e que tínhamos de desenvolver a capacidade de aprender a conviver internamente com as diferentes perspectivas da mesma realidade. Sabíamos também que o percurso tinha de ser feito passo a passo, lentamente. É vital que o crescimento seja sustentado, só assim se consegue manter a linha filosófica que esteve na génese do projecto.Quando este livro for publicado o Notícias Online já terá entrado na nova etapa, com mais informação, com mais opinião, com um conjunto de conteúdos próprios que o vão tornando dia a dia uma leitura obrigatória.
Nesta aventura que é o Notícias Online é fundamental mencionar o empenho que lhe tem sido dedicado por todos os que nele colaboram mas, é também fundamental, destacar o empenho que lhe têm dedicado a Luísa Silva, a Anabela Ferreira e o Dino Barbosa que, mesmo tendo tendencialmente uma visão diferente da minha, não deixam por isso de fazer toda a diferença na qualidade que é a pluralidade de opinião do Notícias Online.Este livro é composto por alguns textos que publiquei ao longo do ano de 2014 numa coluna de opinião intitulada “Vamos chamar os bois pelo nome”. Foram seleccionados tendo por base dois factores, os que mais prazer me deram a escrever e os que os nossos leitores mais apreciaram.Quando insistiram comigo para que fizesse esta compilação de textos tive uma preocupação, será que textos escritos em 2014 ainda têm interesse ou actualidade em 2015. Cheguei à triste conclusão que a resposta é afirmativa, infelizmente continuam actuais e, eventualmente com algum pessimismo da minha parte, não antevejo que venham a ficar desatualizados nos próximos tempos.Aos leitores que tiverem a paciência de ler estas palavras e as que se seguem, muito obrigado, espero que as apreciem. Espero que vos ajudem a mudar o paradigma em que vivemos para que passemos todos a ser parte activa e participativa da sociedade e não meros espectadores.
Jacinto FurtadoMarço de 2015