Livro: "Yoga"

“Y” nos lembra que a palavra “yoga” vem da palavra em sânscrito “yogah”, que significa “para o jugo ou para se unir”. De fato, o objetivo do yoga é desacoplar-se do mundo material e unir-se ao Deus do Hinduísmo, comumente entendido como Brahman, a consciência cósmica impessoal do universo. Dito de outra forma, yoga é o meio pelo qual a mente do usuário é incorporada à mente universal.
“O” representa o mantra hindu “Om”— uma sílaba sagrada em sânscrito apreciada pelos yogis hindus como a quintessência falada do universo. Repetir mantras como Om repetidamente é um meio principal pelo qual os praticantes de yoga trabalham seu caminho em estados alterados de consciência. O objetivo de alcançar um estado de consciência alterado é sempre o mesmo: embotar o processo de pensamento crítico porque a mente é vista como o obstáculo à iluminação. Como observado pelo falecido guru indiano Bhagwan Shree Rajneesh, “o objetivo é criar um novo homem, aquele que é feliz sem sentido”. Surpreendentemente, o que antes era relegado ao reino dos cultos está agora sendo replicado nas igrejas. Nos ashrams dos cultos não há pretensão. Apesar de perigos como posse ou insanidade, gurus hindus encorajam abertamente estados de transe através dos quais os devotos se aproveitam dos reinos do demoníaco e descobrem seus “eus mais altos”. Seja experimentando movimentos involuntários ou encontrando monstros ilusórias, tudo é escrito como progresso no caminho da iluminação.
“G” lembra os gurus que desenvolveram e disseminaram o yoga com o propósito expresso de alcançar a unidez com o Deus impessoal do hinduísmo. O mais notável entre os Gurus é Patanjali — o sábio hindu que fundou o Yoga por volta do século II a.C. De particular significado no Ocidente está o guru acima mencionado, Swami Vivekananda, um discípulo do auto-proclamado “homem-deus” Sri Ramakrishna. Em 1893, Vivekananda usou o Parlamento das Religiões Mundiais para semear habilmente as sementes para uma nova espiritualidade global. Perdendo apenas para Vivekananda na ocidentalização do yoga foi Yogananda — orgulhosamente aclamado como “Pai da Yoga no Ocidente”. Em 1920 ele fundou a Sociedade de Auto-realização baseada em Los Angeles, um dos principais meios de disseminar o Yoga para multiplicar milhões de americanos. Finalmente, de nota especial é Swami Muktananda, popularizador do kundalini yoga, um método pelo qual a energia divina pensada para residir como uma serpente enrolada na base da coluna vertebral é despertada; sobe através de seis chakras; e visa a união com a divindade hindu Shiva em um sétimo centro supostamente localizado na coroa da cabeça. Tais gurus hindus têm sido tão bem sucedidos em exportar yoga para o Ocidente que hoje é tarifa comum em salas de aula, corporações e até igrejas.
Finalmente, o “A” em Y-O-G-A servirá para lembrá-lo da palavra hindu asana. Como a repetição da palavra “Om” é usada para trabalhar os devotos em estados alterados de consciência, assim como um regimento de asanas — ou posturas corporais — são usados para alcançar uma sensação de adoção com o fluxo de energia cósmica do universo. Aliadas aos exercícios de respiração e às práticas de meditação, as posições asanas são o caminho para a serenidade e espiritualidade. De acordo com o Yoga Journal, “asanas são seu próprio tipo de meditação; para realizar posturas difíceis você tem que se concentrar em seu corpo e respiração e relaxar na pose.” Enquanto multidões estão sendo seduzidas a acreditar que asanas são espiritualmente neutras, nada poderia estar mais longe da verdade. De fato, como apontado por Swami Param do Dharma Yoga Ashram em Nova Jersey, pensar em asanas como meras posições corporais ou exercícios de alongamento é análogo a acreditar que “o batismo é apenas um exercício subaquático”.